quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Chegou o momento de sair da crise?

Desde 2014 o Brasil vive uma das maiores crises da história, no entanto essa não é a primeira vez que a nação passa por isso. Em 1822 após a proclamação da independência, feita por Don Pedro l, devido à baixa na exportação de açúcar, base econômica do Brasil colônia, o Brasil enfrentou sua primeira crise. Em 1929 a queda da Bolsa de Nova York levou o país a amargar outra grave crise econômica. Em 1968 o presidente da época, General Ernesto Geisel, realizou diversos empréstimos internacionais, o que fez com que a inflação ficasse muito elevada e o Brasil entrasse numa nova crise financeira. Em 1986, com o plano cruzado, veio um enorme desabastecimento o que gerou nova situação problemática para o país. No início da década de 90, com a inflação galopante, surgiu o Plano Collor que retirou dinheiro da economia e aí gerou uma nova crise. 
 
Além das econômicas e financeiras, muitas crises políticas foram vivenciadas no Brasil. Podemos citar, por exemplo, as renúncias de dois presidentes da nação: Jânio Quadros em 1961 e Fernando Collor de Melo em 1992, para não sofrer impeachment.
 
Esta crise, que estamos vivendo desde 2014, se tornou muito longa, principalmente porque além da econômica e financeira, veio junto uma crise política que inclusive levou a presidente Dilma Rousseff ao impeachment. Além disto ainda começou uma crise moral, principalmente com a enorme corrupção detectada. Inúmeros políticos, inclusive exercendo altos cargos, já foram condenados por corrupção. Diversas manifestações ocorreram no país neste período e ainda surgiram inúmeros escândalos referentes à corrupção, ligados a partidos políticos e a inúmeras empresas.
 
Todos esses fatos levaram a uma enorme recessão que gerou queda do PIB e fuga de investimentos externos. Tudo isto agravou o desemprego, gerando mais recessão ainda. Inúmeras empresas fecharam as portas e em 2017 o país chegou a 14 milhões de pessoas desempregadas.
 
Sabemos que todas as experiências trazem consigo ensinamentos e até oportunidades. Os chineses falam que crise é sinônimo de oportunidade e Nizan Guanaes já dizia: “Vai chorar ou vender lenços?”.
 
Agora, vários estudos mostram que é chegado o momento de o país voltar a crescer, sair da enorme recessão. Finalmente temos boas perspectivas. Aí vem a pergunta, a empresa onde você trabalha, ou a sua empresa, está preparada para crescer? Existe algum gargalo que precisa ser sanado rapidamente? Sua empresa tem capacidade produtiva ociosa ou não? Qual objetivo a empresa pode alcançar? Os profissionais estão em condições de gerar mais e melhores resultados ou é preciso aumentar ou qualificar melhor a equipe?
 
Se sua empresa sobreviveu a tudo isto, agora é o momento de colher os louros da vitória. Minha sugestão é que faça um bom planejamento estratégico. Pense em todos os cenários, trace um plano de ações e comece a agir já! Pense no ditado popular que diz: “quem chega primeiro bebe água limpa”, e seja o primeiro no seu ramo de atividade a acreditar que a crise acabou.
 
Sônia Jordão é especialista em liderança e palestrante  desde 2000. Engenheira Mecânica, com quatro pós-graduações. Escritora com centenas de artigos publicados e autora do livro “A Arte de Liderar – Vivenciando mudanças num mundo globalizado” e de outros cinco livros. Co-autora de mais quatro livros.
 

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Lançamento de Livro

No dia 21 de março, lanço mais um livro: “Ei! Curta a jornada”. A obra apresenta uma profunda reflexão sobre as novas tendências de gestão de empresas. O evento será promovido na Sociedade Mineira de Engenheiros (rua dos Timbiras, 1514, Centro), às 19h30 
Inscrições pelo link: http://bit.ly/2TihGKN
 

domingo, 24 de fevereiro de 2019

Irresponsabilidade socioambiental: acidente proposital?


            O principal documento de uma empresa é o contrato social que é preparado antes da empresa existir fisicamente, e dentre outras coisas como, nome dos sócios, ramo de atuação, consta também uma cláusula denominada objeto social onde está previsto que as atividades exercidas pela empresa não poderão ser contrárias à ordem pública, à moral e aos bons costumes, ou mais ainda, caracterizar operações ilícitas, impossíveis, indeterminadas ou indetermináveis. Podemos afirmar com certeza que o cumprimento desse evitaria inúmeros casos de acidentes causados por negligência empresarial com a sociedade, ademais esse contrato é somente um dos documentos que exigem cuidado da empresa para com a sociedade e o ambiente.

As grandes empresas inegavelmente contribuem para a melhoria social-econômico de cidades, estados e países, e as multinacionais impactam na economia mundial. Uma empresa não traz benefícios somente para seus funcionários diretos, mas também para fornecedores, trabalhadores terceirizados de vários setores e até mesmo comercialização do seu produto no mercado final. Também influenciam nos familiares de todos os trabalhadores envolvidos. Outro fator importante é que os impostos pagos, muitas vezes tornam-se a principal renda da região onde a empresa está instalada.

            No Brasil, além da legislação trabalhista, existe legislação socioambiental e de segurança no trabalho. Cada empresa precisa analisar quais leis, normas e regulamentos são aplicáveis ao seu negócio e ver o que precisa fazer para atender a essas legislações. O artigo 225 da Constituição federal diz: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”.

Quando ocorrem desastres, como o desabamento da barragem da Samarco em 2015 e agora da Vale em 2019, que causa danos irreparáveis ao ecossistema, além do imensurável crime que é a morte de pessoas, tem-se um crime ambiental, além de uma violação da constituição e do contrato social da empresa. Um questionamento que faço é: o que poderia ter sido feito pós 2015, e que não foi feito, para evitar essa trágica repetição? Quais medidas deveriam ter sido tomadas pela Vale e pelo governo para evitar o que ocorreu nessa segunda tragédia?

            Claro que as empresas precisam buscar a lucratividade, já que empresas que não tem lucro acabam deixando de existir, entretanto, quanto maior uma organização, maior a responsabilidade socioambiental dessa. No caso de mineradoras a responsabilidade ambiental é muito maior que em outras empresas. É inaceitável um desastre do tamanho do que ocorreu em 25 de janeiro de 2019, na mina do feijão. Nada justifica o que aconteceu. Como engenheira e com experiência em acompanhamento de barragens, posso afirmar que certamente ações poderiam e deveriam ter sido tomadas para evitar o acontecido.
 
Sonia Jordão é engenheira mecânica, especialista em liderança, palestrante, consultora empresarial e escritora de vários livros, entre eles “A Arte de liderar – Vivenciando mudanças num mundo globalizado”.
 

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Importância da Identidade Organizacional

A diferenciação empresarial no mercado requer identidade exclusiva. A individualidade é a forma como a organização deseja ser reconhecida por clientes, colaboradores e público no geral. A cultura organizacional evidencia tudo aquilo que a empresa é com a definição da missão, visão e valores, demonstrando a importância de uma identidade organizacional positiva.

A popularização da cultura organizacional tem feito muitas empresas anunciarem uma sólida cultura organizacional sem, de fato, serem coerentes com o conceito. Cada colaborador contribui para moldar a identidade organizacional, mas os proprietários acabam sendo protagonistas no alinhamento dessa cultura, pois estabelecem o futuro da organização. Justamente por andarem juntas, cultura e liderança, os mais influentes precisam ser claros com a mensagem passada.

A missão pode ser compreendida como o motivo para a criação da empresa e o que ela é, ou seja, o propósito para a existência dela. A ausência desse aspecto atrapalha as estratégias de expansão, já que não estarão claros os objetivos. A visão é a expectativa da empresa em relação ao futuro e os valores são os princípios norteadores das posturas e ações dos colaboradores no relacionamento com os clientes, consumidores, fornecedores etc., independentemente do escalão.

As características da identidade de uma empresa são imprescindíveis para alcançar os resultados desejados. Existem alguns critérios para construir uma cultura organizacional sólida, como por exemplo, as pessoas precisam reconhecer, claramente, os princípios da empresa e se sentirem orgulhosas de fazerem parte.

Outro aspecto é proporcionar aos colaboradores liberdade para encontrarem sua própria direção, dentro dos limites estabelecidos. Cabe ao líder dizer “o quê” e deixar a cargo do colaborador o “modo”. A comunicação deve fluir sem burocracia, pois um ritmo tempestivo facilita a tomada de decisões.

Compreender os benefícios da interdependência significa trabalhar em equipe, em vez de isoladamente. A relação foca em acreditar que o indivíduo sozinho não constitui a empresa, independentemente do cargo, mas sim o conjunto das pessoas que compartilham o mesmo objetivo: o sucesso.

A identidade organizacional não influencia diretamente sobre o lucro, mas é fundamental para o crescimento e consolidação da organização, pois trata dos alicerces e da manutenção de um corpo de colaboradores engajados, alinhados e motivados.
 
Sônia Jordão, especialista em liderança e autora do livro “A arte de liderar – Vivenciando mudanças num mundo globalizado”